O rapto dos sentidos
Mergulhe na intimidade de um eu lírico confrontado por um amor profundo, uma jornada através da escuridão onde a intuição guia e a poesia revela as camadas ocultas de um "rapto dos sentidos" .
A contar da primeira fagulha ansiava ser salva em alguma eclusa do rio cotidiano. Rebentei sete vezes para a deidade alva cingir minhas lamúrias com seu bulício e sagrar-me ao berço e à cova, altares de quem celebra seu ofício pagão. A aleivosia de florescer é o prévio germinar no escuro, teu conduto, onde a sombra seda a algesia e a intuição subtrai o ardil, do indulto para deslizar na treva. Flori mais sete vezes amado, engendrada pelos teus auspícios em faltosa volição. A musa nada soube Até a claridade mirrar meus sonhos em raios de melancolia . Convexa sob a mantilha roguei o meio termo penumbra anódina qualquer trilha para a saída, genuflexa entre os narcisos. Coube à umbra dos teus olhos instilar a linfa obscura em lenitiva punção. E o arrebatamento subestimou os liames com que a musa urde a sina de seu prelado. Não fomos incólumes ao seu lamento, ao poder devastador do verso estancado. E enquanto teus rios são sombrios, profícuos são os dela. Me encobristes noutra dimen…




