Oryanna Borges

Oryanna Borges

Perséfone em Hades

O rapto dos sentidos

Mergulhe na intimidade de um eu lírico confrontado por um amor profundo, uma jornada através da escuridão onde a intuição guia e a poesia revela as camadas ocultas de um "rapto dos sentidos" .

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Oryanna Borges
abr 25, 2025
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A contar da primeira
fagulha ansiava ser salva
em alguma eclusa
do rio cotidiano.

Rebentei sete vezes
para a deidade alva
cingir minhas lamúrias
com seu bulício
e sagrar-me ao berço
e à cova, altares
de quem celebra
seu ofício pagão.

A aleivosia de florescer
é o prévio germinar
no escuro, teu conduto,
onde a sombra seda
a algesia e a intuição
subtrai o ardil, do indulto
para deslizar na treva.

Flori mais sete vezes
amado, engendrada
pelos teus auspícios
em faltosa volição.

A musa nada soube
Até a claridade mirrar
meus sonhos em raios
de melancolia . Convexa
sob a mantilha roguei
o meio termo
penumbra anódina
qualquer trilha
para a saída, genuflexa
entre os narcisos. Coube
à umbra dos teus olhos
instilar a linfa obscura
em lenitiva punção.

E o arrebatamento
subestimou os liames
com que a musa urde
a sina de seu prelado.

Não fomos incólumes
ao seu lamento, ao poder
devastador do verso
estancado. E enquanto
teus rios são sombrios,
profícuos são os dela. Me
encobristes noutra dimen…
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