O grito torna palpável a solidão. A estrada atada à linha fugidia, o topo surdo da montanha ou um nicho no granito não ratificam tanto o ser só quanto gritar na multidão. O grito é faísca de massa cinzenta em combustão, imperceptível na tensa claridade. O grito é rito de intriga e desintegração a riscar e trincar o obscuro. Se a poesia lambe a face iluminada o grito tange a lua negra, sem arrecadar simpatia. E sabe a censura da razão e a ovação da boemia etilizada. Seu palco é a rua, o relento, entre a bênção das estrelas e o irromper dos ratos nos bueiros, onde qualquer cadela vadia cuida ensinar-me amar à lua
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