Jornada
A natureza cíclica da vida e dos sonhos, a influência de Gregório de Matos (a constância na inconstância), reflexões sobre o tempo e a efemeridade
Foto pós seção de maquiagem feita por especialista de 4 anos.
No fim da jornada havia outro começo E novamente a vida venceu e não parou Sobre o túmulo do sonho outro floresceu Aceitamos outra dívida sem saber o preço Entusiasmamo-nos e, tolos, esquecemos que se no caminho os sonhos não se perdem Imersos na angustia do nosso peito morrem e, consternados, sobre outro túmulo estaremos E tudo, sem descanso, novamente recomeça E a vida faz com que o coração esqueça que vemos o horizonte damos um só passo. E os caminhos da vida se entrelaçam Onde eles terminam os sonhos recomeçam ...no fim talvez haja um recomeço.
Desta vez, não mexi no poema. Não vi como fazê-lo ou motivo para isso. Creio que empreguei bem para a época a inegável influência de Gregório de Matos, que encontra “a constância somente na inconstância”, verso que ressoou como uma música de fundo enquanto digitava o poema nunca transcrito do papel para a virtualidade da máquina. Deixo para você, leitor, a responsabilidade de avaliar minhas filosofanças de outrora. Para mim, de algum modo, essas filosofanças ainda encontram eco em meu ceticismo. Por isso, a foto da mesma sequência de maquiagens profissionais realizadas por minhas sobrinhas ilustra este post. Ela faz par com a foto da crônica da semana, que nos coloca nesse lugar cômico no qual talvez sirvamos para entretenimento dos Deuses. Quiçá deuses mirins, munidos de uma paleta de cores novas.



