Oryanna Borges

Oryanna Borges

Perséfone em Hades

Divisa

Mergulhe em um poema visceral de "Perséfone em Hades" que explora a tensão entre luz e sombra, dor e cura. Uma reflexão profunda sobre a natureza da arte, do desejo e da busca por significado.

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Oryanna Borges
mai 09, 2025
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Facho no olho da tormenta
A musa folga as amarras,
apascenta visagens, vislumbres
imponderáveis, miragens no
árido discernimento. Enquanto
finca as garras luminescentes
seu semblante pálido verte
o unguento. O corpo varado
de sonhos é carne viva e o
canto é lenimento.

Faca no ponto de ebulição
o canto corta as amarras
vulnera os sentidos, despoja
a visão de atavios. E entre
elegias e algazarras injeta
o veneno e o bálsamo escoa
lamento. O corpo em desvario
é carne viva e a poesia estancamento.

Laivo no advento da clareza,
teu olhar desafia as amarras,
avulta o escopo do sentimento
e um assalto de fé dissimula
as gambiarras de um destino
cruento. O corpo varado de
dúvida é carne viva e o medo
é fomento.

Deslumbre no assomo da razão,
traio as promessas bordadas
no avesso da ilusão.

A cantiga solar para amadurecer
o trigo, carregar o pólen e servir
de abrigo ao pastoreio tem ainda
um lugar no meu seio. Tem ainda
e não é pouco. Uma vastidão me
esparrama

esperança, liana, rizoma.

O…
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