Delírio da tarde
Ao revisar meus escritos poucos poemas falaram tanto de ansiedade social quanto esse. E lembro do dia e do sarau ao qual deixei. Mais um poema citado em de TEA menina
Foto da autora. 2021
Há sol lá fora e não quero ir A saia me estrangula pela cintura e a bota revelará o passo lerdo pelo tornozelo esquerdo Há um engasgo me esperando Girassol, Náusea, Asfixia Tenho sono e fastio dos modos humanos e nenhum interesse na arte do improviso Há serpentes e odaliscas ondulando sob o sol! Nunca soube distinguir os guizos No sofá sob a colcha azul sou a concha que verte o mar nas almofadas Não quero ir Um palmo de luz pela janela já embriaga e estou certa de que esfolarei a retina nas asas finas de alguma fada amarela.



