O manto, ira que espuma, adensa o rio, e não permite a imersão, só flutuar. Súbito o frio arrebenta cada fibra a me esquentar. Ofélia! Ofélia em transe inflada de desencanto. As vestes, pétalas diáfanas, beatificam a flor descorada Ambas perdemos perfumes na untuosidade subliminar. O frio, áspera gaze, atrela a matéria ao improvável e invocamos as regalias anódinas do acalanto. Oh, desamparo inefável que faz tudo naufragar ! As vestes, nácar, pranto, queratina, ancoram sua voz no limo. E a minha goteja na fundura menina onde ela vai se afogar. Flutuo guarnecida coração humílimo a me espancar. Perlífera refusão, gema de encastrar no íntimo, adere à minha diadema a cada imersão de Ofélia. À tona no verso pífio, eu, negra camélia, cuspo na margem tinjo, na fimbria do ser, um epitáfio.
Discussão sobre este post
Nenhuma publicação


