A Queda, o Caos e o Molde
Violência acadêmica, autismo e a reconstrução por meio do caos criativo. Relato visceral de uma pesquisadora sobre a violência institucional.

No dia 25 de novembro de 2025, encerrei um ciclo de dor iniciado no mestrado, em abril de 2022. Este período de cerca de quatro anos foi marcado pelo sentimento de fracasso na esfera social e por um recolhimento que trouxe alguns reveses financeiros. Neste dia decisivo, encerra-se também um relacionamento conturbado com minha formação acadêmica, grande responsável por minha evolução como ser humano. Profissionalmente, pelos parâmetros mundanos, não posso reivindicar o status de sucesso; contudo, pelos meus parâmetros, esse percurso fez de mim a pesquisadora e a pensadora que decidi ser no dia em que escolhi estudar Filosofia em vez de Letras.
Esse percurso acadêmico, marcado pela interdisciplinaridade dos meus interesses, foi coroado com êxito na banca do curso de Mídias na Educação. Encerrei a defesa com a alma lavada por duas mulheres que acredito serem dessa safra especial que tem por motivação valorizar outras mulheres. Curiosamente, em abril de 2022, eu caí em uma espiral de sofrimento graças a uma mulher daquela safra de solo degradado — e por isso mirrada e de sabor duvidoso —, cuja maceração produz um espírito de agente do patriarcado. Essas mulheres querem tanto ser aceitas e se encaixar que macetam outras mulheres no caminho. E por isso, em vez de me orientar em um percurso acadêmico, esta puxou o tapete sob meus pés, me derrubando aos berros diante de colegas de classe em plena sala de aula. E tudo foi minimizado pelo sistema, pela máquina pública à qual ela servia e que, por extensão, me servia.



