A partilha
Terceiro poema do livro, A partilha, assim como Apolo, é parte de prólogo. É a perigosa transmutação de um estado de ser para um estado de sonho. Solferino lírio
Detalhe do pintura 'Lírio Solferino', de 2018. Acrilica sobre tela.
Uma chispa de melancolia e a alma se inflama, estagnando as leveduras do pão e do vinho. A luz pulveriza a razão pelas fissuras e tudo sobe. Desintegração Da miríade empoada, teu ar moscado dissipa o sopro de canela e cominho a me ancorar. O arrebatamento, efeméride esquecida no percurso bucólico, é o destino gravado a cinzel, goiva, monção… teu olhar Paira sobre a superfície concreta a reminiscência trépida. Tudo o mais afunda na desmesura da tua sombra. E a destra da musa vergasta mais um idílio puindo liames, até a ruptura e a sublimação. Sépalas, pétalas, estames... Solferino lírio.



